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Incorporação: Tudo no seu tempo



Quando minha esposa e eu entramos para o corpo mediúnico de um terreiro de Umbanda, em fevereiro de 2013, nós já sentíamos as tão famosas vibrações, porém, eu não incorporava. Por outro lado, minha esposa, estava passos a minha frente nesse quesito.

Era muito frustante para mim, eu sentia meu corpo vibrar, tremer, formigar, sentia aquele peso nas costas. A entidade do pai da casa me girava e nada acontecia. A minha frustração só aumentava, pois eu queria incorporar, queria com todas as minhas forças.

Se eu não incorporava, eu camboneava, e sempre que caboneava, as entidades que estavam em terra viam conversar comigo, trazendo palavras de conforto: 

— fio, dê tempo ao tempo.
— fio, você tem que perder o medo.
— fio, as coisas vão acontecer na hora que tem que acontecer.
— fio, para de pensar nisso e deixa o tempo correr.

Eu ficava tão perplexo que surgiu até uma piada na minha família de sangue, onde diziam que eu clamava pelas entidades com o dizeres: "entra em mim, não importa por onde".

Eu me perguntava: onde estou errando? Quanto tempo vai levar? Porque uns tens mais facilidade que os outros? Será que minha missão não é incorporar? Depois de um bom tempo, eu consegui parar de pensar, apesar daquele desejo imenso, eu consegui me acalmar e deixei as águas passarem por debaixo da ponte.

Com o tempo eu fui me auto-conhecendo. Eu descobri que o medo que as entidades diziam que eu tinha — e negava —, não era o medo de incorporar, mas o medo do que os outros iam pensar de mim. Muito se ouve falar sobre mistificação, passar na frente e coisa e tal. Esse era meu primeiro bloqueio, a vergonha de fazer algo errado.

Numa gira de esquerda, Maria Padilha das Almas me disse algo que nunca vou esquecer:

— Filho, ter medo é bom. Enquanto você tiver medo de errar, dificilmente irá errar, pois confiança demais estraga o médium...

Aquelas palavras me marcaram. Apesar do medo que eu sentia do que as pessoas iriam falar de mim, eu me sentia mais confiante ao ter medo. Complexo isso né? Depois disso eu comecei a sentir a vibração mais forte, mas ainda não estava nem perto da tão sonhada incorporação.

Foi quando um caboclo, na época o médium/entidade era linha de frente da casa e tinha permissão para tal, veio me "girar", mas ele o fez de uma forma diferente. Disse-me para pensar nas matas, ouvir o vento balançando as folhas, sentir o cheiro da mata, imaginar meu caboclo corrento floresta adentro, sentir a terra molhada sob meus pés.

Esse método adotado pelo caboclo foi completamente efetivo, eu consegui me concentrar, imaginar tudo o que ele ia me dizendo e finalmente, depois de muito tempo, tive a minha primeira experiência com a incorporação.

Hoje, parando para pensar, não foi mérito só do caboclo, não foi mérito só da Maria Padilha das Almas, tão pouco foi só  mérito próprio, mas quando essas coisas foram acontecendo. Se a moça e o caboclo tivessem falado comigo no começo da minha vida espiritual, não teria tido resultado, pois o tempo ainda não tinha feito o trabalho dele.

Com o passar do tempo, o médium vai se auto-conhecendo, vai aprendendo, vai evoluindo. Ou seja, dê tempo ao tempo e tudo vai se resolver.

Conte-nos nos comentários, como foram as suas primeiras experiências com a incorporação? E não se esqueça de curtir nossa página no Facebook (clique aqui).

Muito axé a todos.

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